Por isso que eu tenho medo da felicidade.

       E vou ter medo sempre. Ainda não conheci um ser humano mais desconfiado que eu, sou sempre aquela que quando tudo está bem, pensa: Será mesmo? Acho que eu faço questão disso. Estou vendo sempre a vida do lado negativo, só que não ao pé da letra, claro.
       Se acontece alguma coisa extramente boa e eu fico sorrindo como se nunca tivesse sido triste, não precisam se passarem nem duas horas para um caos começar. É como um tsunami, só que dentro de mim.
       Eu não confio nas matérias da escola que eu consigo entender e não confio no meu pai quando ele diz que eu sei como resolver toda aquela baboseira das equações matemáticas. Eu não confio nem em mim, quando eu acho que as coisas estão acontecendo perfeitamente bem.
        Para mim a felicidade é sinal de que vai vir algo muito ruim e de que de nada adiantaram aqueles sorrisos idiotas. Só existiu um dia na minha vida que foi completamente feliz, um dia que eu realmente acreditei na felicidade. Mas, enfim. esse dia já passou. Talvez mude com o tempo esse meu temperamento difícil e infantil. Mas enquanto não muda eu fico por aqui tentando prever o próximo tremor de terra ou se o vai ser mesmo nesse ano de 2012 em que o mundo vai acabar.