26 de jul. de 2012

Bullying não é brincadeira!

     Quase todo estudante já sofreu bullying e eu já passei por isso. Talvez tenha começado com os meus nove anos, não lembro muito bem, só lembro que já chegaram até a me bater na escola. E o pior, sempre eram os meninos que implicavam comigo. Sempre fui a mais nova da classe, como até hoje sou. E eu com meus nove anos estudava com pessoas de treze anos e os meninos sempre mais fortes e maiores não gostavam de mim, só não sei o motivo. Meus pais sempre estavam na escola tentando resolver isso, mas quando um parava, outro fazia questão de me insultar. Não sei se eles combinavam algo entre si ou se era atuação do demônio mesmo.
      Após eu mudar de bairro e obviamente de escola, as coisas não mudaram totalmente. Pelo menos pararam de me bater, mas os insultos, os apelidinhos idiotas continuaram. Na época que o Michael Jackson morreu me apelidaram com o nome dele e esse apelido permaneceu por mais de um ano e eu obviamente não gostava.
      Com meus doze anos passei a acreditar em todos os insultos e isso não me fez bem. Me chamavam de gorda, eu acreditava. Me chamavam de palhaça porque eu usava uma sombra rosa e um batom clarinho e eu acreditei e passei a mudar. Eu fiquei um pouco deprimida na época, sempre ia à escola de cara lavada e cabelo preso num rabo de cavalo, me achava gorda e não queria comer. Hoje eu sei que não era gorda coisa nenhuma, nunca fui magra, mas nunca fui gorda. Continuei assim até a metade dos meus treze anos, mas com a minha mente amadurecendo eu passei a repensar meu modo de agir. Eu notei que eu havia mudado por aqueles que me criticavam sem nenhuma razão, eu havia mudado meu modo de ser por eles. 
       Enfim eu percebi que eu seria que eu era, usaria o que eu gostaria e que não ligaria para os comentários maldosos. Fui voltando aos pouquinhos e vendo se eu me sentia confiante, e eu estava confiante de mim. Hoje, aos catorze anos, no primeiro ano do ensino médio, estudo com uma galera de dezessete anos pra cima. (É, eu sou a bebê da classe, haha.) E vou à escola como eu me sinto bem (de sombra, às vezes só delineador, blush, batom, às vezes vou até com um vermelho). E não me sinto nem um pouco estranha por isso, embora sempre exista um comentário idiota aqui e acolá. 
       O que eu quero dizer é que ninguém deve mudar pelos outros, ninguém agrada todo mundo e hoje sei que fui uma boba de ter passado tanto tempo praticamente me escondendo do mundo. 
       Bullying não é brincadeira e muitas vezes, nem os pais e nem os diretores acreditam nisso. Denominam como besteira e dizem que isso tem que acontecer. O que eu sei com isso é que o bullying pode traumatizar uma pessoa e fazer com que ela mude o seu jeito de ser por isso, eu sou a prova de que é verdade. E nem todo mundo tem força pra reagir, eu falo reagir no sentido de não mudar por causa dos outros. Eu levei tempo para notar que eu estava errada ao mudar, mas existem pessoas que mudam e permanecem sempre assim. 
       O que eu espero é que as pessoas que praticam o bullying amadureçam e que as pessoas que sofrem com isso se defendam da forma que podem, seja comunicando aos pais ou à direção da escola. E que ninguém nunca mude por causa do bullying!
 Gleanne Silva.

2 comentários:

  1. Desde a quinta série, eu sempre fui considerada uma das melhores da turma em relação a comportamento, notas, disciplina e essas coisas de regras escolares. Eu só não era boa em esportes. Eu era bastante vítima de brincadeirinhas durante as aulas de educação física. A única coisa que eu fazia era chegar em casa e contar tudo a minha mãe, chorando. Já perdi as contas de quantas vezes menti para o professor e para a coordenadora, dizia que estava doente, só para não praticar as aulas. Nunca achei que o problema fosse comigo, pelo contrário, eu me culpava por não ser boa o bastante no basquete, no vôlei, no futebol... Vou fazer 17 em outubro e até hoje tenho um certo repúdio por esportes. Amadureci bastante nessa questão. Percebi que eu poderia ter enfrentado meus medos, ter tentado brincar com a bola e ter rido de mim mesma, ao invés de ter fugido. Mas isso não justifica o comportamento dos demais, eles deveriam ter enturmado aquela garota considerada "nerd" e "tímida".
    Posso dizer que, por um lado, sou agradecida por ter sofrido bullying. A vida sempre mostra que a gente pode dar a volta por cima. Deus tem um propósito maior do que aquilo que desejamos para nós mesmos.
    Gostei bastante do texto, me fez lembrar minha época. Meu deu inspiração para um texto, obrigada! hahah Beijos!

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    1. As pessoas consideradas "nerds" quase sempre sofrem, sendo consideradas metidas e tal. Eu também nunca mandei bem nos esportes o que ocasionou muitos comentários maldosos dos demais.
      Realmente até é possível agradecer por ter sofrido bullying, apesar do sofrimento eu amadureci um bocado.
      E de nada pela inspiração, seus textos também já me inspiraram muito. Beeeijos e obrigada pelo carinho. ^^

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