31 de ago. de 2012

Blog Day

      Depois de meses tentando não esquecer essa data, eu esqueci. Mas não está tudo perdido! Eu vi em um blog um post com o título: Blog Day, e me senti a pessoa mais idiota do mundo. Mas vamos deixar de blá blá blá e ir ao que interessa.
       Esse dia é para você, blogueiro(a), que divide sua vida e separa um tempo para o seu blog, se esforçando para mantê-lo atualizado. Parabéns para você que sabe tudo de html e faz seu próprio layout, e para você também que assim como eu é uma alma infeliz e não sabe nem para onde vai essa droga de html - haha. Parabéns para você que ganha dinheiro com o seu blog, e para você que é blogueiro por amor, esporte, o que seja. Mas somos blogueiros e muito felizes por isso.
        Parabéns em especial aos blogueiros escritores, afinal, são com quem eu mais me identifico.
        A regra é indicar cinco blogs novos, mas eu não vou seguir as regras. Eu não conheço nem dois blogs novos, imagine cinco.
         Então, aqui vai um beijo para os blogueiros que eu mais me identifico: DelJeffersonLaísaLarissaMariaMia. Parabéns pra vocês e... Happy Blog Day!

30 de ago. de 2012

Crescer nem é tão difícil

       Ela sempre foi uma garota sonhadora, desde que se entendia por gente. Eram sonhos estranhos para uma garota de tão pouca idade. Ela nunca havia sonhado em ser bailarina ou cantora, como as meninas da sua classe. Ela não sabia realmente o que queria, só sabia que as palavras tinham que estar presentes, sempre. Ela sempre admirou as estrelas e achava que elas eram pessoas que não estavam mais na Terra, por isso brilhavam. Admirava as flores, o céu, o vento, as bolinhas de sabão, as pedras que ficavam no chão...
       Chorou muito quando notou que não era mais criança, pois ela tinha perdido a inocência de achar que o mundo era perfeito e até as gotas de chuva tinham outro significado. Embora tenha crescido muito e aprendido que o mundo não era nem tão simples e nem tão bonito o quanto ela imaginava, ela não perdeu os olhos de criança que admirava o mundo e nem perdeu o amor pelas palavras, embora tenha chegado a detestá-las um dia.
        Ela passou a questionar o mundo com mais fervor e com o seu entusiasmo adolescente. Decidiu que escreveria para o mundo e para o nada ao mesmo tempo. E com sua mente mais madura ela percebeu que aquela intimidade com as palavras haviam ajudado aquela menina a crescer. E tentando adivinhar o pensamento das pessoas ela entendeu que não era única que sofria com a chegada daquela nova fase, afinal, as responsabilidades chegaram tão de repente que até um soco no estômago seria menos doloroso.
        E ela parou de pensar que o mundo não a entendia e que a chegada do amor seria mais um soco no estômago. Aprendendo com cada erro e olhando para a sua atual realidade ela se olhou no espelho e disse a ela mesma: Enfim, uma mulher. Agora ela tinha as antes tão temidas responsabilidades e tudo aquilo que ela possuía tinha conseguido com o próprio esforço. Ela sempre abria um sorriso inocente quando se lembrava da adolescente insegura que ela foi, sempre pensando que não conseguiria passar no vestibular, faculdade, entrevista de emprego. E tudo isso aconteceu tão naturalmente que ela mal percebeu, exceto pelas mãos geladas quando ela ia saber o resultado. Lembrou-se do diário antigo e decidiu que iria começar a ler novamente a própria vida, afinal ela já tinha conseguido tudo e só tinha um futuro a zelar. Beijou o diário como se ela conseguisse voltar no tempo e toda a dor já havia passado.
         Ela escreveu no primeiro papel que achou: Só queria ter acreditado nas pessoas que me disseram que crescer não era tão difícil, afinal elas haviam crescido e continuavam de pé. E acredite, realmente não é...


P.S: Faz um tempo que eu escrevi esse texto, achei no fundo de um documento do word.

29 de ago. de 2012

Madrugada qualquer

       Mais papéis amassados na lixeira, mais três goles de café e eu respiro bem fundo. Uma sequência de bocejos me tira a paciência e eu desligo o notebook com o meu típico ódio. Senti minha cabeça latejar e vi que precisava dormir, sentei na cama de uma vez, pronta para desabar, mas vi minha pilha de livros e fiquei sentada. Balzac, Lygia Fagundes Telles, Virginia Woolf e Machado de Assis, todos eles à minha espera. Embora minha vontade de ler fosse grande, o sono me venceu. Só tive coragem de ir olhar minhas estrelas para poder dormir em paz.
        Voltando ao meu quarto, olhei para a pilha de livros novamente e senti Balzac me encarar e sorrir ironicamente. Tirei três conclusões: ou o sono estava forte demais, ou eu estava louca, ou eu realmente sou louca. Prefiro acreditar no sono, embora eu não descarte as outras hipóteses. Enfim deitei, e é nessas horas de cansaço que uma cama parece ser sagrada. Eu sempre demoro um pouco para adormecer, e enquanto não pego no sono fico pensando bobagens. Senti uma raiva imensa, queria estar na França. Mas pelo menos Balzac descreveu minha querida Paris, já é um consolo.
         Eu amo o exato momento em que eu fico entre a realidade e o sono. É demais. Foi em um desses momentos que eu sonhei pela primeira vez com a Torre Eiffel, e com o meu amor platônico, e...
         Nessa altura eu já dormi, só não vou descrever meus sonhos e pesadelos.
         Mas depois eu prometo que digo se eu estou louca, ou se realmente Balzac sorri ironicamente.

27 de ago. de 2012

Encontro

     Entre um desencontro e outro eu procuro minha identidade. Procuro entre as páginas dos livros, no meio do vento forte, nas palavras que escrevo, nos meus olhos refletidos em um espelho...
     Tem dias que eu sinto que ando de alma vazia, com o coração dolorido e lágrimas surgindo nos meus olhos. Andar de alma vazia é como ser uma folha de papel ao vento, ou seja, totalmente sem rumo. Sem rumo até que o vento pare de soprar, ou até que voe para as mãos de alguém. E que, nas mãos desse alguém, tenha alguma utilidade.
      Eu me surpreendo tanto com os meus pensamentos que, até me desconheço. Me sinto perdida olhando para as estrelas, olhando para o sol e até sentindo o vento nas minhas mãos. A verdade é que, quase todos os dias eu ando perdida, flutuando nos meus pensamentos.
      De uns dois anos para cá eu mudei tanto, foram ótimas mudanças e algumas escolhas mal feitas, afinal, eu também erro. Mas tem dias que me sinto tão perdida, como se pertencesse à outro lugar. Acho que eu sonho demais e acabo querendo estar vivendo em outro lugar do mundo. Só me resta fixar mais os pés no meu chão.
      Seria tão bom se não existissem limites, se não existisse a marcação do tempo, dias e horas. Seria ótimo se o silêncio pudesse reinar, principalmente nas horas que eu estou escrevendo. Mas esses meus sonhos são pura ficção, das mais irreais. Eu sempre idealizei demais a vida, sempre fui uma sonhadora. Sempre quis que as coisas acontecessem agora, nunca amanhã. O amanhã para mim sempre foi longe demais. Mas a vida me impôs limites e regras, tenho que aceitar.
       Mas eu procuro a cada instante, tentar viver o mais perto possível dos meus sonhos. Por que é só nos sonhos que eu encontro a minha alma, a minha verdadeira alma.
   

25 de ago. de 2012

Agosto está acabando...

       ... e pra variar, esse mês de agosto foi o que mais me trouxe desgostos! Não foi um bom mês pra se escrever, eu não escrevi tanto o quanto eu queria e não estava concentrada o bastante. Tive um bom número de livros pra ler, queria ter lido mais, mas eu estava e ainda estou com a cabeça flutuando. Matemática e Física me fizeram o favor de ficarem mais complicadas e eu fico cada vez mais louca.
        Eu quase não olho mais para as estrelas, o céu anda nublado ultimamente. Minhas unhas encravadas melhoram e pioram, melhoram e pioram. E meu rosto está com mais espinhas do que nunca.
        Meu notebook está quase me dizendo adeus e a internet está mais lenta que o normal. E pra piorar, pessoas que tinham sumido da minha vida voltaram mais ruins do que antes.
        Eu virei uma mistura de medo, tristeza e esperança.
        Estou escrevendo isso, só para ver se esse mês acaba mais rápido.
        Só espero que seja verdadeira a frase que diz: "As fases ruins passam!"

23 de ago. de 2012

É preciso conseguir enxergar

      A madrugada já se aproxima e eu me sinto feliz por ela. Depois de ter dois dias exaustivos, cobertos de esforços e lágrimas, mereço uma madrugada de insônia. Nada melhor do que uma bela noite de insônia, pena que nunca passei uma noite completa sem dormir. Mas um dia realizarei esse desejo sem esforços.
      Tenho medo da alegria, não sei se sempre tive, mas agora tenho. Mas dou muito valor aos sorrisos, principalmente os que são quase imperceptíveis, aqueles sorrisos em que os músculos quase não fazem esforços. Amo sorrisos tímidos, olhares expressivos e olhos profundos. Mas a esperança é um coração cego. E eu sempre soube disso.
       Temos hora marcada para tudo, e eu muitas vezes explodo por causa disso. Mas o mundo é feito de regras e só me resta aceitar.
       Nós só olhamos para algo que nos desperta algum desejo, exceto os olhares que são frutos do acaso. Nós só olhamos algo que amamos, algo ou alguém que amamos. Mas é preciso saber olhar e conseguir enxergar. Não é uma tarefa fácil, mas com o tempo se torna um hábito automático.

18 de ago. de 2012

Males dos escritores

      Depois de passar uma tarde totalmente tediosa tentando escrever alguma coisa e sem obter sucesso, finalmente consegui ter alguma inspiração. Achei que minha loucura finalmente estivesse se manifestando - haha. Mas não, o problema não é loucura, nem depressão, nem a posição da lua. É apenas um dos milhares de males dos escritores.
       Talvez seja preciso o nosso cérebro nos bloquear um pouquinho, acho que sem isso, realmente enlouqueceríamos.
       Sempre achamos que vamos passar o resto da vida sozinhos, com a casa cheia de livros e gatos. Estamos sempre achando que somos loucos ou temos algum distúrbio mental. Uma parte dos nossos dias é destinada para tentar responder essa frase: "Qual é o meu problema?" E só pra constar, eu não sei qual é o meu.
        As pessoas nos "olham torto", tá, eu sei que não todas. Mas...
        Boa parte de nós tem uma maldição, chamada de alergia. E eu, não estou de fora dessa. Só eu sei o que é ler um livro, parecendo com aqueles ladrões do faroeste. Sim, eu estou assumindo isso. Pelo menos é em casa, mas eu não estou isenta dos risos do meu pai. Eu, lendo um livro que de tão mofado que está, deve ter sido achado junto com restos de homo sapiens, e pra piorar, com o nariz tampado com algum pano ou coisa do gênero. É, nem sempre é fácil...
        Meus pais não sabem que eu escrevo. E eu nem sei porque nunca contei, talvez, eu esteja fazendo um bem a humanidade. Porque aqui, eu sou um espelho.
        E, por último, mas não menos importante. Ao meu redor, nunca existe silêncio, nunca mesmo. Agora, por exemplo, existem televisões ligadas e minha mãe volta e meia me pergunta alguma coisa. Queria saber se sou privilegiada, ou se por um milagre, é assim com quase todos os escritores. Espero que seja, nesse termo eu não gosto de ser privilegiada.
        Apesar desses e de muitos outros males, nunca vou deixar de escrever. Porque é muito mais do que uma forma de passar o tempo. Escrever é uma forma de enxergar o mundo e de viver.

17 de ago. de 2012

O Planalto e a Estepe

     Pela primeira vez na vida eu vou falar decentemente sobre um livro que li aqui no blog. O da vez é: O Planalto e a Estepe, um ótimo livro, bem emocionante. É um livro que dá pra fazer você chorar, mas apesar de eu ser muito emotiva, não consegui derramar uma lágrima. Aliás, eu nunca consegui chorar lendo um livro.
     Peguei ele na biblioteca do manicômio da escola, por causa de uma amiga minha, ela me disse que começou a ler o livro, mas disse que não entendeu absolutamente nada. Falou que o livro era sem sentido e me desafiou a tentar entendê-lo. Eu, obviamente, aceitei o desafio.



Mas eu me surpreendi ao ler isso: "Julio e Sarangerel eram jovens estudantes em Moscou na década de 1960 quando se apaixonaram. Ele, um jovem estudante angolano, entusiasmado com a revolução e ansioso por levar os preceitos socialistas ao seu país. Ela, uma jovem da Mongólia, aspirante aos mesmos ideais: um mundo mais justo. Não sabiam eles, porém, que a "união dos povos" não seriam algo tão fácil de ser conquistado. Pelo contrário: o amor da juventude tardaria 35 anos para ser concretizado.
Pepetela faz um retrato sensível de uma época recente da história contemporânea mundial. A história de um amor proibido em um mundo rigidamente dividido por duas ideologias. Um período em que a maioria das decisões eram tomadas na esfera política - até o amor.




Como não ler algo assim? Recomendo demais a leitura! O Julio começa contando a história da infância dele, as dúvidas em questão a religião e Deus. Até que ele sai de onde vive para estudar. Depois que ele conheceu Sarangerel, tudo muda, mas a felicidade dos dois dura muito pouco. A partir daí, Julio prossegue na busca incessante por sua amada. Mas o livro não fala só do amor, fala das questões políticas da época, das divisões, o socialismo, as guerras, as corrupções. É união do amor e da história, duas coisas que muitas pessoas gostam.

          " Quando a pretensa revolução desmoronou, assistindo eu a toda espécie de oportunismos, de ambições escondidas, de traições, a esperança louca nesse amor me deu força de desejar sobreviver..."
                                                                                                  pág. 187 - 1º parágrafo.

E aí, pretendem ler?
     

15 de ago. de 2012

Luz, câmera, ação!

      Três, dois, um, gravando! Seria ótimo se as transformações mais sérias da vida fossem anunciadas assim. Antes seria lido todo o roteiro, você saberia todas as falas e com quem falaria. Você saberia em quais os lugares iria e mesmo que existissem surpresas por lá, você saberia o que dizer, sempre. Você poderia até ter um amor platônico, mas quando o fim do filme chegasse, tudo estaria perfeito.
      Que pena que crescemos assim, acreditando em finais felizes. Foi um erro crescermos vendo todos aqueles filmes em que os finais eram sempre felizes, para depois ter que aprender na marra que não é bem assim que as coisas acontecem. Por isso que são tantas as desilusões e lágrimas quando não somos mais inocentes e vemos que o mundo é uma dureza, que não é como nas comédias românticas. Mas aceitamos e aprendemos a lidar com a realidade, é claro que a queda da nuvem é a pior parte, mas sempre as feridas cicatrizam.
       Eu amadureci no próprio instante que eu parei de idealizar minha vida em cima de pensamentos impossíveis, em cima de pessoas que quase não existiam. Eu me senti preparada para viver no próprio instante em que idealizei meu futuro baseado na realidade, sabendo que as dificuldades existem, mas que eu vou enfrentar todas elas.
       Eu sei que existe aquele aperto no peito, quando eu penso que um dia eu vou fazer as malas e sair daqui, da casa dos meus pais, de toda a mordomia. Mas eu sei que para crescer é preciso disso. É preciso sacrificar algumas coisas. Nada é tão fácil o quanto parece, mas dá pra fazer um esforço e conseguir realizar os desejos mais reais.
       Dá pra fazer um esforço e descer da nuvem. Dá pra fazer um esforço e desligar a tv com aquele filme "água com açúcar". Dá pra fazer um esforço para simplesmente crescer.
        Pois só dá pra aprender a viver, vivendo.

13 de ago. de 2012

500 anos de vida

      Me sinto uma idosa, com quinhentos anos de trajetória. Mas ao mesmo tempo me sinto uma criancinha de 5 anos que não sabe com qual lápis de cor pinta o seu desenho.
      Estou tentando estabelecer horários e metas. Cumprir logo as prioridades. Para uma pessoa que foi desorganizada a vida inteira, isso não é nada fácil...
      O mês de julho foi eterno, tão eterno que acabou. Eu estava livre para dormir depois da meia noite e acordar na hora do almoço, mas agora, isso não é possível. Sou apaixonada por estrelas e elas ficam mais visíveis lá para às quatro da manhã - me realizei sábado, fiquei na janela da minha casa, olhando as estrelas maravilhosas e brilhantes como nunca, vi até uma estrela cadente. - Então, existem prioridades. E infelizmente as "minhas" estrelas ficam para depois. O Thousand Loves fica para depois, é tanto que ando programando posts, coisa que eu não gosto, porque eu gosto que seja publicado na hora aquele sentimento, mas...
       Até pintar minhas unhas está difícil. Então eu aviso à vocês que a escassez de posts é por causa da correria da escola. A criancinha aqui estava mal acostumada, entrei no ensino médio esse ano...
       Pois é, me sinto uma idosa, cansada dos quinhentos anos de vida. sinto que estou amadurecendo, mas ainda vejo que sou uma simples adolescente. Mas eu queria ter me considerado com quinhentos anos muito mais cedo.
Gleanne Silva.

À beira da loucura

      Eu só preciso de um lugar quente, em uma hora fria. Preciso de uma música triste, só quando estou deprimida. Pra ver se eu afundo cada vez mais dentro de mim, na falta de bebidas alcoólicas, tomo um porre de músicas tristes. Choro com os acordes do violino, do piano e do baixo. Me sinto partida ao meio quando o Chris Martin diz: "Seja meu espelho, minha espada e escudo." Sabe por quê? Porque eu preciso de um espelho, uma espada e de um escudo. Estou me sentido como uma criança perdida dos pais.
      Eu só preciso de alguém que me ouça e que não queira se arriscar por mim. Preciso de alguém que seque minhas lágrimas e que diga que tudo vai ficar bem. Preciso que as nuvens se desmanchem, eu quero ver as estrelas! Eu preciso de uma gota de certeza, de que tudo vai passar. Preciso de alguém que me abrace, e não de alguém que me assuste.
      Preciso de um olhar calmo, mas só recebo olhares horripilantes.
      Preciso que esse fantasma se afaste, mas ele está cada vez mais próximo de mim.
      Enquanto isso, eu fico aqui, no escuro. A lanterna já está com a luz fraca. E eu me sinto à beira da loucura.
Gleanne Silva.

12 de ago. de 2012

Um simples minuto

      A melhor coisa que você pode fazer é aparecer na minha rua depois da meia noite. Essa é a hora que eu já estou exausta, esgotada, cansada de tanta dor de cabeça. Mas basta você aparecer que tudo já se ameniza, até o ar fica mais leve. Mesmo estando praticamente morta na cama, eu me levanto que nem um zumbi, só pra te ver, mesmo que seja apenas por um simples minuto.
      Sorrindo que nem uma idiota, eu fiquei escondida no canto da janela. Mas o cansaço me venceu e me obrigou a voltar para a droga da cama. Mas o bom é que eu ainda estava ouvindo você conversar com os seus amigos e ia conseguir dormir que nem uma criança, depois que escuta uma história.
      Distinguindo a tua voz das outras dezenas de vozes da rua. Vendo que valeu à pena o dia idiota que eu tive. Até que eu escuto o teu carro sair e eu sussurro um "tenha cuidado", como se você me ouvisse. 
      Até que o sono toma conta de mim e eu fico indefesa, que nem uma criança.
      Fico sonhando com aquele simples minuto, em que você fez valer à pena ter vivido até aquele dia.
Gleanne Silva.

11 de ago. de 2012

Preciso de outra identidade

      Preciso mudar meu nome para Mírian (eu amo esse nome), preciso trocar meu coração por um estômago, preciso que uma pessoa desapareça da minha vida e que de preferência vá morar no Saara. Preciso voltar no tempo, mais precisamente, quero voltar pra 2011 e dar um belo tapa na minha cara, que me fizesse cair e quebrar meu nariz. Eu precisava ouvir da minha própria boca que eu era uma idiota. Preciso mudar de vida, preciso de outra identidade. Ir morar na França resolveria meu problema, ma$ não é po$$ível ne$te momento.
       Se arrependimento matasse... Mas eu vou permanecer aqui, firme e forte. Aparentemente indestrutível, mas sou tão frágil quanto um dente-de-leão. Com uma língua ferina, mas por dentro, a única coisa que eu sei fazer é sussurrar que nem uma criança, sussurrar um "vá embora".
       Um cara possessivo e idiota acha que as pessoas são propriedades dele, pena que eu descobri isso tardiamente. Eu estou recebendo um castigo, mas não fiz nada de errado pra merecer uma punição. Meu único erro foi ter 13 anos e ser praticamente inocente. Meu castigo é ter 14 anos e não saber se vou chegar aos 15.
       Mas eu tenho um objetivo, o de levantar sorrindo e de enfrentar o perigo todas as manhãs, mesmo que esse perigo esteja na minha classe, à poucos metros de distância. Não vou deixar que isso me atrapalhe, vou continuar a mesma.
       Vou simplesmente, confiar em Deus!
Gleanne Silva.

7 de ago. de 2012

Vantagens de ser um sonhador

      Temos a alma livre, mesmo que o corpo esteja aprisionado. Nós sabemos driblar a tristeza, colocamos um sorriso no rosto e deixamos nossa mente sonhar. Escrevemos para o nada, mas continuamos com o sonho de que algum dia alguém irá gostar daquilo, e o melhor é que acontece.
       Os verdadeiros sonhadores sabem quais são as consequências de viver sonhando, sabem que à qualquer hora podem cair no chão, que podem quebrar todos os ossos. Mas sabem que após a queda, podem se reconstruir e voltar a sonhar novamente.
        Nós, os sonhadores, seguimos o que amamos, não importa o que seja. Sabemos o que queremos e não temos medo de críticas de terceiros. Não importa quais serão as consequências de realizar um sonho, realizamos mesmo assim.
        Nós olhamos as estrelas todos os dias, mesmo que nós não saibamos o real significado, estamos lá olhando o céu, até achar uma estrela. Só nós sabemos a sensação de estar ali, seja lá onde for. Só nós temos vontade de voar contra o vento e de sorrir com a chuva.
        Pouco importa se somos tatuados ou não, se somos ricos ou pobres, se trabalhamos, se somos estudantes ou se estamos desempregados. O que importa é que sabemos o valor de estarmos respirando e que sabemos o valor de ter em fé em Deus.
        Sonhamos todos os dias, sonhamos acordados e dormindo.
        Ficamos felizes pelo simples fato de olhar para o céu todos os dias e enxergar às estrelas, sabendo que  existem bilhões de pessoas no mundo e que nem todas elas olham às estrelas, que estão todos os dias sobre as nossas cabeças.
Gleanne Silva.

4 de ago. de 2012

O término do fim

     Era bonito olhar como aquela fresta de sol tremia sobre a minha blusa laranja e refletia o formato do pingente do meu colar no guarda roupas. Aquele pingente era a inicial do seu nome, era uma forma de ter um pouco mais de você em mim.
     Poderíamos ter nos conhecido em qualquer lugar, em lugares escuros e desabitados ou em lugares iluminados e cheios de pessoas. Mal nos conhecemos em uma rua iluminada com uma luz fraca, uma rua pequena e quase deserta. Era noite e já estava um pouco tarde, só te vi de relance, mas te gravei de tal forma, que te conheço mesmo que você esteja à quilômetros de distância de mim. Essa foi a primeira vez que eu te vi.
     Poderíamos ter nos visto pela segunda vez em uma festa. Eu poderia estar maravilhosa, com um vestido roxo, um salto de quinze centímetros e com o cabelo perfeito. Você poderia estar com a sua melhor camisa, com um sapato de couro e gel no cabelo. Mas eu estava com o cabelo de quem tinha visto um fantasma, com as roupas que eu só vestia para arrumar meu quarto e com a rasteirinha de sempre. E você? Você estava com uma camisa de time de futebol, aquela bermuda que você gostava e seus chinelos amarelados. Foi esse o cenário perfeito da segunda vez que trocamos olhares e sorrisos. A rua estava calma e o vento frio tinha se tornado quente após a tua presença. Eu estava tímida, horrível, assanhada e com vontade de não ter decidido arrumar o quarto justo naquele dia. Você me olhava dos pés a cabeça com um largo sorriso no rosto, o que me fazia ficar mais tímida ainda. O pior era que você estava me admirando como se fosse a mulher mais linda do mundo, esse é o famoso amor à segunda vista. Você tinha vindo buscar uma chave que tinha deixado com o meu pai, eu demorei uns dez minutos para achar a chave e ao te entregar, ao invés de você pegar a chave, você segurou minha mão e eu me senti uma idiota porque eu estava com as mãos frias demais. Naquele momento eu tive certeza de que era amor, o maior da minha vida.
      Mas que pena que não foi como num filme, que o final é sempre feliz. Aconteceu da forma mais real possível, você simplesmente já era comprometido. E eu aceitei, afinal, era a única alternativa.
      E eu fiquei na calçada, esperando você atravessar a calçada e sumir. O vento voltou a ser frio logo após a sua saída. Nessa hora eu me senti como a última pessoa do cinema, que mesmo depois do fim do filme continuava lá, sozinha e no escuro. Apenas esperando o fim terminar.
Gleanne Silva.

3 de ago. de 2012

Olhos de água barrenta

      Sempre admirei olhos azuis, mas vi que você é o contrário disso e não desanimei. Vi que você é o contrário de quase todos os padrões de beleza que eu idealizei. Mas isso não afetou em nada no amor que sinto.
      Passei a admirar seus olhos de água barrenta, como jamais admirei outros olhos na minha vida. Essa é uma parte que eu realmente admiro no teu corpo. São seus olhos que expressam toda a verdade da tua alma, toda a segurança de si que você sente. Eles expressam tanto de ti...
      Anos analisando os mesmos olhos, anos enxergando a mesma alma amadurecer. Há anos que olho para mim e me vejo cada vez mais diferente. Lembrando que você e os seus olhos que foram o divisor de águas da minha maturidade. Lembrando que há alguns anos atrás eu respondia uma pergunta com um: "-Sei lá!" E vejo que hoje sou segura de mim, praticamente outra pessoa com o mesmo corpo.
       E eu me decepciono quando não consigo ver teus olhos, culpa da distância que não permite que eu os veja nitidamente. Me sinto como se fosse uma criança e estivesse na última fila das cadeiras do cinema e não conseguisse ver o filme por culpa de alguém mais alto que se sentou na minha frente. A distância, a falta de nitidez, a escuridão, tudo me decepciona. E você, meu divisor de águas, meu idolatrado, idealizado, distante, o único homem que eu consegui enxergar a alma. O homem dos olhos de água barrenta, de um olhar penetrante e uma alma repleta de defeitos. Com quem eu aprendi que olhar às estrelas significava um pouco mais e que olhar o sol é tão lindo, mesmo que isso cause uma dor nos olhos. Sempre admirei o céu azul, essa e essa é a razão de eu admirar olhos azuis. Mas eu descobri que mesmo com esses seus olhos de água barrenta, eles conseguem ter a mesma cor do céu, a cor que o céu tem quando reflete na areia.
       O meu amor é tão grande que ás vezes eu acho que vou infartar por ele não caber no meu peito. E ás vezes eu acho que estou louca por sorrir para tudo e conseguir enxergar beleza em quase tudo. Acho que eu preciso de um psicólogo, porque eu estou admirando seus olhos de água barrenta como jamais admirei outros olhos na minha vida.  
      Gleanne Silva.

2 de ago. de 2012

Esquecer

      Essa é a questão, pela enésima vez, estou tentando te esquecer. No fundo eu sei que não vou conseguir e que isso é só mais uma tentativa que em pouco tempo vai fracassar. Eu olho para trás e vejo o quanto já tentei e não consegui suportar. O quanto chorei por você e tantos sorrisos que trocamos conseguiram apagar as lágrimas. O mundo me aconselha a te esquecer, meu coração me aconselha a seguir com todo esse amor. Até hoje segui meu coração, embora eu tenha deslizado várias vezes e tentado te apagar.
       Lembra? O meu celular nunca tocou, nunca chegou um sms seu, aliás, você nem sabe o meu número. Você nunca estava no facebook e eu nunca tive coragem de te ligar. E eu continuo com a pose de forte, observando como o mundo é por trás desse notebook. São palavras que você nunca vai ler, a não ser que o tal cupido te faça esbarrar no teclado do computador e misteriosamente o meu blog apareça, aí na sua frente. Eu sei que isso não existe, então, o acaso que me ajude.
        Lembra? Eu sou a garota que sempre te sorri e que diz: "-Meus parabéns pelo casamento!" Se você fizesse ideia de quanto isso me dói. Eu sei que não. Eu te olho até que eu não consiga mais te ver e admiro a forma que a sua voz ecoa no silêncio.
        Você não é só "um amor", você é "o amor". Enquanto eu me privo de todas as diversões por sua causa, você tem a sua vida, que eu sei que é tão complicada quanto à minha. Que eu sei que é cheia de altos e baixos como a minha.
         Sabe, eu nem me importo de estar aqui. Pra falar a verdade eu gosto de estar aqui, te amando e te odiando e te aperfeiçoando. Tudo bem, eu fico aqui com o meu diário, no sofá, na cama, na cadeira, no chão. Não se preocupe, eu não faço pedidos às estrelas cadentes, mas todas as vezes que eu vejo uma, logo em seguida eu te vejo. Ali, na rua, solitário, pensativo e cansado. Enquanto eu te observo em silêncio o meu mundo se acalma um pouco.
         Amamos platonicamente um ao outro e você não desconfia que eu saiba de tudo. Nós dois olhamos às estrelas, procurando em uma delas o resultado da equação impossível de se resolver. Nós dois nos julgamos loucos, eu por amar um homem que tem idade de ser meu pai, você por amar uma garota que tem idade de ser sua filha.
         Mas somos bons atores, deveríamos ser premiados. Quando nos encontramos na rua, não passamos de meros conhecidos. Nem parece que todos os dias rezamos para um dia conseguirmos nos esquecer.
Gleanne Silva.

1 de ago. de 2012

E tudo volta a ser como antes

      As férias acabam, o amor machuca, os sonhos se tornam escuros, os sorrisos não possuem a mesma alegria, os olhares são vazios e a depressão ameaça voltar. Os textos que já possuem um título antes do fim são bem melhores. Meus próprios pés me machucam e eu admiro a beleza distante dos prédios do Centro da cidade, sim, eu admiro às coisas que vejo a mais de cinco anos, só que agora é um pouco diferente.
      O sol se põe e a lua surge, é assim todos os dias, mas eu acho essa normalidade tão linda. Pois é.
      Tudo passa e eu sei disso, só que faço questão de sofrer bastante, mas no outro dia já está tudo bem. Apesar de todos os problemas diários, assim que eu dormir todas as minhas dores se suavizarão e no outro dia estarei sorrindo como sempre. Embora a vida me diga que eu deveria estar chorando, eu não me importo.
       Eu aprendi vivendo que quando as coisas pioram e você sente vontade de sumir, é melhor que você controle seus impulsos e seu desespero, eu sei que na prática não é tão simples, mas é preciso ter um controle de si.
       Lembrando que nada é novo. Seu problema não é único. Um dia acaba e começa outro, e no fim, tudo volta a ser como antes, se lá qual for o seu antes.
Gleanne Silva.