27 de ago. de 2012

Encontro

     Entre um desencontro e outro eu procuro minha identidade. Procuro entre as páginas dos livros, no meio do vento forte, nas palavras que escrevo, nos meus olhos refletidos em um espelho...
     Tem dias que eu sinto que ando de alma vazia, com o coração dolorido e lágrimas surgindo nos meus olhos. Andar de alma vazia é como ser uma folha de papel ao vento, ou seja, totalmente sem rumo. Sem rumo até que o vento pare de soprar, ou até que voe para as mãos de alguém. E que, nas mãos desse alguém, tenha alguma utilidade.
      Eu me surpreendo tanto com os meus pensamentos que, até me desconheço. Me sinto perdida olhando para as estrelas, olhando para o sol e até sentindo o vento nas minhas mãos. A verdade é que, quase todos os dias eu ando perdida, flutuando nos meus pensamentos.
      De uns dois anos para cá eu mudei tanto, foram ótimas mudanças e algumas escolhas mal feitas, afinal, eu também erro. Mas tem dias que me sinto tão perdida, como se pertencesse à outro lugar. Acho que eu sonho demais e acabo querendo estar vivendo em outro lugar do mundo. Só me resta fixar mais os pés no meu chão.
      Seria tão bom se não existissem limites, se não existisse a marcação do tempo, dias e horas. Seria ótimo se o silêncio pudesse reinar, principalmente nas horas que eu estou escrevendo. Mas esses meus sonhos são pura ficção, das mais irreais. Eu sempre idealizei demais a vida, sempre fui uma sonhadora. Sempre quis que as coisas acontecessem agora, nunca amanhã. O amanhã para mim sempre foi longe demais. Mas a vida me impôs limites e regras, tenho que aceitar.
       Mas eu procuro a cada instante, tentar viver o mais perto possível dos meus sonhos. Por que é só nos sonhos que eu encontro a minha alma, a minha verdadeira alma.
   

4 comentários:

  1. Você não sabe como me animo ao encontrar pessoas que, como você, se preocupam em escrever, em se fazer entender ou não, apenas olhar o mundo e transformar em palavras. Sou estudante de Letras e Literatura de Língua Portuguesa e recentemente estive em escolas, dando aulas em oficinas de Literatura e Redação. Infelizmente, a maioria dos jovens não gosta de escrever, não se interessa. Você está de parabéns. Aos 14 anos já escreve tão bem, imagina só quando tiver 21.

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    1. Meu Deus, muito obrigada! Eu sempre quis participar de uma dessas oficinas de Literatura e Redação, mas nunca ouvi falar de uma por aqui onde moro.
      Vontade de evoluir cada vez mais nunca me falta.
      Beijo.

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  2. Sabe qual é o incrível de ser uma folha de papel em branco? Você pode ser o que quiser. Apenas concentre-se naquilo que acha que poderia ser.
    Tu escreve muito bem, guria. Não é qualquer texto que consegue me tocar, não. Sério. Parabéns.

    Beijo!

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    1. Eu amo ser uma folha de papel em branco, haha.
      E um elogio desse vindo de você é uma alegria imensa, Mia!
      Obrigada, beijos.

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