10 de mar. de 2013

Sobre uma música que joga o passado no presente

Eu sei muito bem o que você sentiu quando ouviu aquela música tocando, sei em quem pensou, sei quase tudo... Acredite, também tive vontade de chorar, tive vontade de desabar ali mesmo. E deixar que aquela droga de música depressiva entrasse nos meus poros como um vírus que infecta o sangue. Mas não, permaneci ali, forte. Forte por fora, só por fora. Não sei se você percebeu, mas eu enxuguei suas lágrimas, enxuguei várias e várias vezes o teu rosto. Enxuguei as lágrimas que não haviam caído, que não caíram na minha frente. Foi duro, eu tive muito medo naquela hora, foram os piores três minutos da minha vida. Só não foi pior por que você continuava ali, mesmo que a mente viajasse pelos mundos mais obscuros do teu passado. Sabe, eu só tenho medo do seu medo. Mas depois, outras músicas tocaram e o medo se dissipou, pelo menos aparentemente. E você voltou ao seu normal, o rosto procurando o meu, as mãos se entrelaçando mais uma vez, os olhos fechados como manda o figurino. Eu sei, não é fácil ser uma Ana Clara, assim como não é fácil ser um Maximiliano.

Um comentário:

  1. Eu gostaria de saber ser forte também, não chorar. Mas desabo, por dentro e por fora. Estou cansado. A falta de resposta está me deixando louco. Para ser menos genérico: não consigo reorganizar minha vida, não consigo um minuto para respirar. Seu post me fez pensar nisso, na forma de se encarar a vida, os problemas. O difícil é quando não se trata apenas de nós mesmos, mas de um outro, ilegível, imprevisível. não é fácil ser um desajustado.

    P.S: Você sempre me encanta.

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