30 de mar. de 2013

Just like me, they long to be close to you...

"Boa tarde, amor." 

Falava Ana Clara, confessava tudo ao vento na esperança de que ele pudesse ouvir algo. De onde ele surgiu? Com seus olhos de chocolate translúcido e a mente de um menino quase depressivo, quase revoltado. Ela sorrindo com o sol, com o vento quente. Sorrindo com a cidade barulhenta e o som doce do piano, vozes doces cantavam pra ela. Enquanto ele estava fazendo qualquer coisa em qualquer lugar. Que ela pensava nele era certeza. Mas ele lembrava dela quando uma brisa fria soprava, quando começava a chover? Incertezas de um coração fortemente apaixonado. Pobre alma...

Era linda naquele short grande demais, com aquele cabelo totalmente desgrenhado. "Fui uma lady em outras vidas, agora sou apenas uma louquinha de alma leve por algumas horas, pesada demais vez ou outra. Maluca..." Cantarolava ela no meio da rua, chorando sem motivos, sorrindo sem motivos. E o choro misturava-se com o sorriso sincero de quem nunca conheceu a infelicidade. Com as lágrimas de quem já morreu depois de tanto sofrer. Menina mais ambígua não há.

Vez ou outra odiava o mundo, mas o amor sempre vencia. "Vai começar uma guerra, sabia?" Dizia ela pra quem quisesse ouvir. E chorava por isso, e odiava as mentes pequenas que queriam guerras. Mas depois esquecia, precisava ser leve pra voar pra qualquer lugar. E pendurava-se na janela, com os olhos virados para as estrelas, pra lua redondamente redonda. Sussurrava um "eu te amo", já quase sem voz, de tanto que gritou pro mundo. E o amava mesmo, era louca de ciúmes. Esmurrava o travesseiro, as paredes ou qualquer outra coisa de tanta raiva, mas não deixava ninguém saber de tais loucuras.

Acordava com uma vontade imensa de dormir pra sempre. Mas levantava com um salto, quase gritando de alegria por ser seu último dia de vida. Sim, morreria e deixaria seus escritos pra quem não queria ler. Morreria por estar de saco cheio desse mundo. Não iria fazer falta mesmo. Teria mesmo que morrer hoje. Afinal, renascerá amanhã no final da tarde.

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