16 de set. de 2012

O meu reencontro

      Deve ter sido em 2010, na época em que eu ainda estava no 8º ano e só lia os textos das provas de português. Foi a primeira vez que eu e A vida que ninguém vê nos olhamos. Uma amiga tinha acabado de ler aquele livro e eu li apenas o que estava escrito atrás da capa. Atualmente, só lembrava dessas palavras: "Uma repórter..." 
      Somente nesse ano é que o jornalismo me brilhou aos olhos. E eu lembrei imediatamente daquele livro, eram reportagens. Mas era um livro sem escritora e sem título, eu não lembrava de nada. Mas eu sabia que o reconheceria se o visse. E no mês passado aconteceu o nosso reencontro, ele estava lá, em uma estante da biblioteca da escola. Eu abri um sorriso bobo de criança que encontra um brinquedo. Eu havia encontrado um tesouro.
       Eu não o peguei de imediato porque estava lendo A História dos Treze, de Balzac. Só trouxe esse tesouro para casa na quinta-feira, mas só comecei a ler sábado, por volta das sete da noite. E terminei de ler quase à uma hora da manhã. Eu esperava muito desse livro e não me decepcionei.
       Eliane Brum vai muito além das normas, e nos mostra que não é verdade a frase que diz: "Só há noticia quando o homem morde o cachorro". Nos olhos, mãos e mente de Eliane, até um álbum de fotos que foi jogado no lixo vira uma crônica, e uma crônica com o total sentido. A vida que ninguém vê, foi o melhor livro que eu li até hoje, assim que acabei de fechá-lo já me deu uma vontade de ler tudo novamente.
       Já que estou nesse êxtase de quem acaba de ler um livro magnífico, vamos a sinopse:
"Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário de cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns.
O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O doce velhinho dos comerciais que é também uma vítima do holocausto. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade.
Neste livro você encontra essas e outras histórias extraordinárias da vida real. Ao final, também descobre algo sobre si mesmo."
       E como descobre algo sobre si mesmo. Depois de ler esse livro, me deu muito mais vontade de ser uma jornalista e procurar mudar algo no mundo. Me fez ter mais sensibilidade. E fez com que algumas lágrimas brotassem de leve nos meus olhos.
       Se você quer ser jornalista, leia esse livro. E se gostar de outra profissão, leia esse livro.
"O melhor de ir para a rua espiar o mundo é que não sabemos o que vamos encontrar. Essa é a maior graça de ser repórter. (Essa é a maior graça de ser gente.)
                                                                                           pág: 193; 1º parágrafo.

2 comentários:

  1. É muito bom quando nos achamos, descobrimos o que realmente vamos e precisamos ser. E isto é maravilhoso, principalmente quando ocorre e as coisas brotam através de um singelo livro. (:

    Adorei o blog e quero saber todas as novidades! Já estou seguindo. Espero que curta o meu!
    www.pronomeinterrogativo.com

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  2. É maravilhoso demais.
    Que bom que gostou do blog, vou olhar o seu agora.
    Beijo.

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