Somente nesse ano é que o jornalismo me brilhou aos olhos. E eu lembrei imediatamente daquele livro, eram reportagens. Mas era um livro sem escritora e sem título, eu não lembrava de nada. Mas eu sabia que o reconheceria se o visse. E no mês passado aconteceu o nosso reencontro, ele estava lá, em uma estante da biblioteca da escola. Eu abri um sorriso bobo de criança que encontra um brinquedo. Eu havia encontrado um tesouro.
Eu não o peguei de imediato porque estava lendo A História dos Treze, de Balzac. Só trouxe esse tesouro para casa na quinta-feira, mas só comecei a ler sábado, por volta das sete da noite. E terminei de ler quase à uma hora da manhã. Eu esperava muito desse livro e não me decepcionei.
Eliane Brum vai muito além das normas, e nos mostra que não é verdade a frase que diz: "Só há noticia quando o homem morde o cachorro". Nos olhos, mãos e mente de Eliane, até um álbum de fotos que foi jogado no lixo vira uma crônica, e uma crônica com o total sentido. A vida que ninguém vê, foi o melhor livro que eu li até hoje, assim que acabei de fechá-lo já me deu uma vontade de ler tudo novamente.
Já que estou nesse êxtase de quem acaba de ler um livro magnífico, vamos a sinopse:
"Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebridades. Uma cronista à procura do extraordinário de cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns.
O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O doce velhinho dos comerciais que é também uma vítima do holocausto. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade.
Neste livro você encontra essas e outras histórias extraordinárias da vida real. Ao final, também descobre algo sobre si mesmo."E como descobre algo sobre si mesmo. Depois de ler esse livro, me deu muito mais vontade de ser uma jornalista e procurar mudar algo no mundo. Me fez ter mais sensibilidade. E fez com que algumas lágrimas brotassem de leve nos meus olhos.
Se você quer ser jornalista, leia esse livro. E se gostar de outra profissão, leia esse livro.
"O melhor de ir para a rua espiar o mundo é que não sabemos o que vamos encontrar. Essa é a maior graça de ser repórter. (Essa é a maior graça de ser gente.)pág: 193; 1º parágrafo.
É muito bom quando nos achamos, descobrimos o que realmente vamos e precisamos ser. E isto é maravilhoso, principalmente quando ocorre e as coisas brotam através de um singelo livro. (:
ResponderExcluirAdorei o blog e quero saber todas as novidades! Já estou seguindo. Espero que curta o meu!
www.pronomeinterrogativo.com
É maravilhoso demais.
ResponderExcluirQue bom que gostou do blog, vou olhar o seu agora.
Beijo.