20 de set. de 2012

Dom

      São 08:30 da manhã, está frio e o meu relógio de mesa pifou. As provas bimestrais começam na semana que vem e eu não tenho paciência pra isso. Meu quarto está tão arrumadinho que nem parece meu. O espelho está embaçado e eu não vou limpá-lo agora.
      Fiquei acordada até tarde mas não sei o porquê disso. Estou mais parecida com uma pergunta, mas já fui uma resposta.
      Não quero nada, não vou fazer nada. Minha companhia já é o bastante. Ontem eu voltei a desenhar, mas preciso de mais alguns dias de treino. É tão bom retornar ao passado dessa forma. Escrever me tira todos os pesos das minhas costas.
      Eu estava errada, minha companhia não é o bastante. Mas isso não importa, boa parte dos escritores nasceram para viver sozinhos e eu quero me acostumar com isso.
      Está acontecendo tudo ao mesmo tempo, o tempo passa rápido demais. Quando eu parar pra pensar, o tempo já vai ter voado. Mas eu quero é que ele voe o mais rápido que conseguir.
      Minha mãe diz que eu me preocupo demais. É a mais pura verdade, eu transformo coisas simples em coisas monstruosas. Sou exagerada e desastrada e quero que me critiquem por causa disso.
      Não pedi pra ter o dom de escrever. E nem quero que o tirem de mim.

2 comentários:

  1. Esse dom pode ser um tipo de "maldição" muitas vezes. Quando falo disso pras pessoas, elas parecem não entender e me acham exagerada ou dramática demais. Mas, sejamos sinceras: não é drama. É verdade. Escritores são criaturas que nasceram para ser sozinhas, afinal, quem aguentaria um escritor por muito tempo?

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  2. É a mais pura verdade. Realmente, escritores são criaturas sozinhas. Eu tiro o exemplo por mim, são poucas as pessoas que aguentam escritores.

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