3 de nov. de 2012

Sobras

Não há nada de revelante para dizer, ou melhor, eu não quero é transbordar porcarias por aqui. Passei dois dias limpando poeira e jogando uma parte da minha infância mofada no lixo. Sim, no lixo. E eu a jogaria outra vez, sem arrependimento algum. Se eu pudesse, teria queimado tudo aquilo. Como eu queria ter pulado algumas partes da fase que dizem que é a melhor da vida de um ser humano. Como eu queria mudar meu passado, pelo menos apagar parte dele.
Vamos lá, julguem-me! Eu gosto de ser julgada, só para rir da cara dos meus acusadores. Eu gosto de ser assim. Porém, eu não gosto do que eu fui. Mas, dizem que nada acontece por acaso. E eu (feliz ou infelizmente) acredito nisso. Acredito em tantas coisas, e ao mesmo tempo, duvido de tudo. Novamente, julguem-me.
Para acreditar que não sou a única, tive de encontrar o meu espelho. Encontrei-o, e ele é tão embaçado quanto eu. Tão duvidoso e negativo quanto eu. Encontrei-o em mim mesma, para depois procurá-lo pelo mundo. Até que eu achei o fracassado que se diz feliz. Minha alma foi moldada com as sobras da alma dele. Só pode, porque eu nunca encontrei duas pessoas tão sofridas, tão imundas e tão limpas por dentro. Porcaria de produção de almas. Eu ainda tive vontade de me mandar para assistência técnica, mas, almas não podem ser consertadas.

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