13 de jul. de 2013

Pela janela


Janelas. Uma pulseira shambala com o símbolo da paz, paz que eu peço em meio ao caos. Parece que não cumpro o meu papel nessa peça mal feita. O caos, a ausência de alguém para amar. O rádio toca, eu canto. Mas não sigo os conselhos da música. O mundo passa, os meninos brincam. Os meninos que não sabem se comerão algo no jantar, os meninos que vivem entre drogas e armas. Meninos que não conhecem outra realidade. Me sinto inútil quando só vejo o mundo através de uma janela. Os apartamentos acesos parecem tão solitários. Lá dentro eu só teria como companhia os pelos do meu corpo arrepiados pelo frio. O mundo é tão grande e somos tão pequenos. Estar dentro de um carro e não poder chorar dói. "Estude-se e liberte-se." Dizia uma pichação praticamente escondida por rabiscos. As pessoas estão mudando. Eu prendi alguns poucos olhares ao meu. E as perguntas me martelavam o coração. Não tenho amor para cuidar, nem nada certo para dizer. Não sei de nada do mundo, todos acham que eu tenho que saber. Sou apenas uma criança grande, com uma fragilidade anormal. Um olhar doce e uma alma flutuante. Eu continuei como simples telespectadora da vida, através daquela janela. Tão cheia e tão vazia. A alma cheia de dor, dor que dói pelo vazio e se despedaça entre energias infinitas. Sou tantas pessoas em um mesmo dia. Mas continuo sempre tentando decifrar a alma das outras pessoas, não me conformo com os olhares ou sorrisos abertos. É tudo tão simples e tão complexo. Eu vejo além, só esqueço de ser além do que eu sou. A alma ganha asas e cria voz quando estamos entre o sono e o mundo real.

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