17 de out. de 2012

Papisa Joana

      Nascida no dia 28 de janeiro de 814, filha de um padre e uma saxã, Joana veio ao mundo para enfrentá-lo e mudá-lo a qualquer custo. Disposta a enfrentar todos os obstáculos, até mesmo o seu sexo. Joana deveria ter sido como qualquer outra mulher de sua época: destinada a casar, ter filhos e a ser um objeto do marido. Mas não, ela era diferente. Ela teve uma infância difícil, por causa do amor que tinha pelo conhecimento. Foi excluída pelas pessoas da aldeia, espancada diversas vezes pelo próprio pai e espancada por si mesma.
      "O que havia de errado com ela, que não desistia de seus sonhos impossíveis? Todo mundo lhe dizia que seu desejo de aprender era desnaturado. No entanto, ela tinha sede de conhecimento, ansiava por explorar o mundo mais vasto das ideias e das oportunidades aberto para as pessoas cultas." (pág: 48)
      Após fugir de casa e entrar em uma escola (até então, Joana ainda admitia sua identidade de mulher), mais uma vez ela foi excluída, pelos garotos da escola e odiada por Odo, seu professor. Depois de apresentar-se ao bispo e ter seu conhecimento examinado por Odo, Joana foi levada por Gerold para morar na casa dele enquanto ela estudasse. Aliás, Gerold é o cara, o homem mais encantador do mundo literário e da vida de Joana, claro. E como era de se esperar, Joana apaixonou-se por ele. E por causa desse sentimento Joana tornou-se alvo da manipuladora Richild, esposa de Gerold.
      Depois de muitas reviravoltas, Joana assumiu o lugar de seu irmão morto, tornando-se monge em Fulda. E depois de outras reviravoltas (estou citando 'reviravoltas' demais, eu sei. Mas é isso, ou eu contarei todo o livro, haha.), Joana partiu para Roma, chegando assim ao cargo mais alto, o de Papa. A Papisa Joana.

***
     
      Sem dúvida alguma, este livro é o melhor que eu já li. Joana é muito mais que um exemplo e é quase desconhecida (até meu professor de História pouco sabe sobre ela), é um livro que todos deveriam ler. Joana me mostrou o quanto é possível realizar o impossível, mesmo que para isso tenha que se negar a própria identidade. Joana amou Gerold, a sua única fraqueza quase que indomável. A existência de Joana foi aceita pela Igreja Católica durante a Idade Média. Mas a partir do século XVII, com o ataque do protestantismo, o Vaticano procurou apagar todos os sinais da existência dela, o que pelo visto, não fizeram muito bem. E nem poderiam fazê-lo, Joana não mereceria ser apagada da História. Donna Woolfolk merece todo o meu reconhecimento pela maravilhosa obra que escreveu.
Resquiesce in pace, Johanna Papissa.

3 comentários:

  1. Guria, que resenha incrível, ainda mais com essa frase de encerramento.
    Devo dizer: Joana é meu exemplo. Gerold é O cara. E ela era tão aquariana quanto eu (por dois dias de diferença, hahaha).
    Amei, amei, amei. *------*

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    1. Obrigada Mia. Essa frase ficou ecoando dias e dias na minha mente, eu realmente fiquei magoada com a morte dela. :'(
      Vocês poderiam ter tido algum vínculo no passado, imagina aí, haha. E o Gerold não sai da minha mente (e nem eu quero que saia).
      Beijo.

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    2. Eu fui ela em uma das minha reencarnações, não te contei? hahaha
      Tô brincando. Se eu acreditasse nisso, seria bem legal, e compatível, mas... enfim.
      Ah, também fiquei assim com a morte dela. Caramba, morrer daquele jeito, logo quando ela iria ser feliz com o Gerold e o bebê... sacanagem. Se bem que há pessoas que nascem para ser sozinhas. É a vida.

      Beijos!

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