16 de ago. de 2013

Um passeio pelo azul

Ouvir teus tons de azul.
O pandeiro do menino loiro indeciso.
Azul.
Um doce azul que não pacifica almas.
Só me lembra um corpo magro em uma cama.
O azul e seu fim.
Decifrando a tua alma, espírito.
E o doce azul dos teus olhos tão castanhos.
E os vitrais querem dizer algo.
E a tua voz, há tempos calada, quer falar.
Tuas cinzas azuis uniram-se à terra e renasceram desde então.
Um azul mais claro que o da nossa bandeira.
O azul das marcas roxas nos teus braços.
Meu doce rapaz de alma azul.
Tão atormentado, por quê?
Azul voando pelo céu, azul voando pelo chão.
Um tom de azul tão triste e dolorido.
Não seja azul, meu amor.
Não deixe minha alma menor.

P.S.: Mais palavras inspiradas pelo Renato Russo.
Dessa vez inspirei-me nos últimos dias de vida dele.
O azul é o azul do disco A Tempestade.
O menino loiro é o Marcelo Bonfá.

2 comentários:

  1. Pela sua idade, quando vc nasceu ele já havia morrido, não é isso? Eu me lembro bem daquele dia... A notícia saiu de manhã. Eu fazia um cursinho preparatório para concursos e, quando cheguei em casa na hora do almoço, minha mãe me falou que Renato Russo estava morto. Eu liguei a televisão imediatamente e, já naquele dia, soube-se que ele havia sido vítima da aids, o que, ao contrário do Cazuza, ele não chegou a assumir. Uma grande e triste ironia, não sei se vc sabe ou se já pensou nisso, é que foi justamente naquele ano de 96 que o surgimento do conceito de "coquetel" marcou uma grande virada no tratamento da doença. Justamente a partir daquele momento deixou de ser algo necessariamente mortal, como era até então.
    Bem... Como não poderia deixar de ser, belíssima mais esta tua homenagem.
    GK

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    Respostas
    1. Quase dois anos após a morte dele eu nasci. Pena que só deixou de ser necessariamente mortal após a morte dele. :x

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