12 de ago. de 2013

É inúltil


(Eu e Tufão - que faz tanta bagunça como um tufão de verdade. Andei me perguntando se gatos foram escritores em outras vidas, nunca vi companhia mais perfeita.)

Conversar com gente desconhecida, falar das amenidades da minha vida. Jogar conversa fora, ser adolescente sem destino e sem rumo. O vestibular ocupando a mente inteira, já não sei se os sonhos que tenho me pertencem. Farei uma prova sem me importar, acho que preciso sabotar uma derrota para saber lutar. Sou cem por cento poesia, cem por cento opinião, nos outros cem por cento você pode opinar. Sou um livro aberto de páginas arrancadas, não mantenho meus diários, mas gosto de cumprir minhas palavras. Me apaixono facilmente, acho que todo mundo já sabe. Mas eu grito, encolhida no meu silêncio; ali mesmo, no banco da escola. Com uma aura que já deixa meus ombros cansados, com cobranças surgindo de todos os ângulos desses trezentos e sessenta graus. O cometa que passa, o cara que me olha pelo retrovisor. Ninguém sabe o que eu carrego por dentro, só quem me lê. O tempo passa, passa, eu não faço nada. Hoje eu não sou ninguém, amanhã eu não sei o que serei. Eu explodo, eu corro, esbarro na parede e me machuco sem sangrar. Apenas reajo polidamente com o que me acontece, exatamente como a ferida que não sangra, a hemorragia que é interna. É uma fase difícil, este é um ano completamente maluco. Juro que nunca mais abrirei minha boca - ou meus dedos, se eu estiver escrevendo - para dizer que tal ano será pior que o anterior. Pus praga, pegou. Só tenho quinze anos, mas sofro por vidas inteiras. É só uma fase, sei que passa. A única vantagem é que não me apaixono pra valer desde maio, ou abril...

Um comentário:

  1. Observando-te por tuas palavras, Gleanne, vejo que já não tens o dom escrita, mas ela definitivamente a ti.
    GK

    ResponderExcluir

Já que gostou, comenta! É isso que me faz feliz. ;)