16 de ago. de 2013

Da arte de admirar os semelhantes

(Ah, Clarice!)

Por que será que desde criança me identifiquei com os escritores? Certamente, imaginava que seria uma. Vejo neles uma beleza inexplicável, que vai além da simples beleza física. O olhar que penetra na alma, o cigarro nas mãos. Um escritor fumando é sempre diferente. Parece necessitar daquele vício, para libertar a alma no soprar da fumaça. As almas sensíveis são diferentes em quase tudo que fazem. A dor sem explicação, vidas difíceis. A necessidade do caos, o pensamento livre, a alma traumatizada, a sensibilidade extrema. Além de admirar-lhes os escritos, o corpo é igualmente admirável. Além do corpo, os gestos. É algo quase inexplicável, mas eu sinto. E sem querer, segundo os outros, estou me transformando em um enigma. Passando por uma metamorfose e transformando-me em uma escritora.

2 comentários:

  1. Não, vc não está se transformando numa escritora. Está, isso sim, descobrindo e assimilando que já o é.
    GK

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Acho que acabei de sair do casulo, por isso ainda não me considero uma escritora "de verdade". Seja lá o que "de verdade" signifique. rsrs

      Excluir

Já que gostou, comenta! É isso que me faz feliz. ;)