20 de abr. de 2013

Teu amor era odioso

Me deixa ser abstrata, bailarina cansada. Uma desnorteada cheia de razão. Não feche as cortinas, nem bloqueie a visão. Não me prenda em seus laços, sou livre demais para isso. Não me mande descer do ônibus vazio e não me queira em sua gaiola. Não me mande assinar contratos, nem escrever sobre o que eu não quero. Não me liga, que é difícil eu atender. Me escreve uma carta ou um sms. Não diga que sou estranha, você que não é acostumado com pessoas diferentes, meio malucas.

Me deixa ser simples como uma brisa invisível. Como um riso que não foi finalizado. Siga meu olhar e olhe aquela estrela. Seja algum personagem de livro ao meu lado. Encontre-se e não deixe que eu me perca. É odioso te deixar, mas não posso permitir que você me esvazie por completo.Seria como encomendar minha morte. Sem palavras eu morro, enlouqueço, entro em depressão profunda.

Eu vou permanecer atuando no meu teatro, no palco que é só meu. Não quero você do meu lado, nem nada que seja duvidoso. Quero minha solidão que não me deixa só. Quero passar pelo teatro vazio e ter cada espaço do mundo para mim. É odioso, eu sei. Mas tudo que eu disse foi verdade, o para sempre continua. estou do teu lado, ao meu  modo. Foi odioso que as coisas seguissem por essa estrada e ao mesmo tempo foi o melhor. Uma alma como a minha só comete um erro uma vez. Então, nem queira voltar quando estiver reconstruído. Eu continuarei no meu palco, escrevendo o que me vier. Continuarei desse mesmo jeito, o jeitinho que você mais odeia. Esse jeito totalmente odioso.

Um comentário:

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