Suava, o coração palpitava, a ansiedade massacrava o corpo já debilitado. Os desejos antigos pulsavam. A espera angustiante para saber o que há horas foi revelado. O susto do não, a explosão do sim.
Pela primeira vez, algo real.
Recíproco.
E, de repente, eram os sonhos escancarando as portas. A coragem desprezando o medo. A razão do quase-amor.
Era a lembrança do: Será-que-aquele-foi-o-primeiro-e-único-abraço? Tão difícil quanto o abraço dado enquanto o ônibus já esperava com a porta aberta, pessoas entrando, o vento frio trocando calor com o calor do nosso abraço meio desajeitado, em uma calçada qualquer. Longe-quase-perto de flores brancas e vermelhas. Assim como eu, longe-quase-perto de ti, de braços cruzados, esperando o ônibus partir de portas fechadas. Um apagão enquanto a escuridão da noite já reinava...
A noite tinha um céu aquarelado, um céu anoitecido e ainda com toques de amarelo e laranja.
É estar aqui, escrevendo na escuridão, e sentir o peso do teu olhar enquanto eu fingia não prestar atenção.
Coincidências.
O hiatus que tive assim que li o "Ficar contigo." foi igual ao hiatus que tive enquanto escrevia algumas dessas palavras. Foi mais do que um "Eu te amo" propriamente dito. Foi mais do que o beijo desajeitado que dei na tua bochecha enquanto te abraçava.
Não tenho mais coerência para escrever com esses pensamentos descoordenados. Não tenho mais como descrever o mais-que-um-eu-te-amo-propriamente-dito da noite de dez de dezembro.
Talvez o amor seja um inefável hiatus no sem sentido dos vida afora demais atos...
ResponderExcluirGK