4 de jun. de 2013

#30days: 4 - Apenas diálogos

- Você já parou para pensar no som das teclas do piano? Não falo da melodia, mas do som de cada uma delas, em particular. É estranho, eu sei. É um costume que eu tenho de observar os mínimos detalhes.

- Não, nunca parei... Mas você pensa muito bem! Já pensou em trabalhar pensando? É, a pergunta ficou estranha.

- Pensei, sim. E acho que colocaram algo no teu refrigerante. "Pensar em trabalhar pensando!" Isso é demais para o meu cérebro. (Risos.)

- Sei lá, é que eu nunca sei o que falar. A Filosofia é sua, não minha.

- Lembra de A insustentável leveza do ser? Às vezes eu me sinto como aquela moça, a fotógrafa... Esqueci o nome dela.

- A Tereza?

- Sim! Ela mesma. Mas acho que me pareço mesmo com o Tomas, quando ele fica na janela olhando os prédios. Eu faço isso... Me vejo tão vazia, tão sem saber o que fazer. Eu sempre acho que não estou fazendo o bastante, que só amo o que está distante. Há algum erro aqui dentro, sabe? Desde que eu era um pingo de gente. Eu sempre acredito que para cada início há um fim. E ao mesmo tempo acredito na eternidade, sinceridade, essas coisas...

- Qualquer um ficaria com medo de você. Por causa do seu olhar aguçado, da sua percepção de todos os detalhes. Você ainda não entendeu que as pessoas temem tudo aquilo que é desconhecido?

Um comentário:

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