20 de dez. de 2012

Free

E mais uma vez ele passou veloz e livre naquele carro. Dobrou a esquina aumentando a velocidade e eu sorri. Sorri por mim mesma, não foi para ele. Já não estava com a aliança, muito menos com o colar que tinha a inicial do nome dele. Sorri para a minha vitória. Confesso que senti uma imensa vontade de correr até a esquina e gritar, dizer que ainda sentia algo. Mas não fui, nem se quer olhei para trás. Era uma prova, alguém me testava. 


Já não suava frio, nem sentia o coração palpitar. Deixei que o sol afagasse meu rosto, respirei fundo e senti o peso desse ar poluído que inundava minha alma de fumaça. Depois me senti purificada, liberta. Eu já estava em outra estrada, passando entre outros carros com motoristas estranhos. Fiquei rindo por dentro, praguejando minha idiotice. Aproveitei minha liberdade para nunca mais parar de correr.

3 comentários:

  1. Queria poder dizer isso a mim mesma :/
    quem sabe um dia eu consiga esquecer de vez certa pessoa ..
    adorei esse texto

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    Respostas
    1. Roberta, isso acontece com todo mundo (creio eu). Mas isso passa, fiquei dois anos me derretendo por um cara, mas já era.
      Sério, basta querer sair da zona de conforto desses sentimentos. ;)

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