9 de dez. de 2012

Exausta

Sim, exausta. O prolema era a exaustão de corpo e alma que ela sentia. Cansada de quase todas as pessoas, cansada dos compromissos, das regras, de praticamente tudo. Dos livros ela ainda gostava, mas outros compromissos não deixavam que ela permanecesse com eles. Ela ainda amava o céu estrelado, mas ele parecia cada vez mais distante. Ela ainda amava os antigos amores, mas a vida a afastou deles.

Ela ainda os amava. E era isso que a magoava: o amor inacabado, o amor sem chances de continuações. E agora havia o desamor, desamor por alguém que o próprio destino levou. Alguém que o destino trancafiou por trás dos muros, o escondeu da antiga luz e agora tudo deveria estar banhado pelas trevas. Mas não existem trevas por aqui, só um par de olhos úmidos e acostumados com os tombos.

E o tal ciclo continuava a se cumprir, e a cada passo dado uma mudança acontecia. As palavras ainda brilhavam, só que não tão intensamente. Ela havia voltado do ponto apagado, com um sorriso maquiando a tristeza. E os olhos dela a traíam, era como se ela jamais pudesse esconder a própria alma. Era como se no rosto dela sempre estivesse escrito tudo o que se passava. Era estranho, intenso e inevitável. Ontem ela olhou o oceano, mas de nada adiantou. O oceano ficou no ontem, e a vida dela continuou.

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